sexta-feira, 25 de agosto de 2017
Diálogo com um Anjo do Senhor Sobre a Vida Após a Morte (São Macário, o Grande)
Um dia, Abba Macário estava andando pelo deserto. Atrás dele um Anjo do Senhor o acompanhava, e se dirigiu a ele:
— Sua benção, Santo Pai.
Abba Mácario o convidou para ser um asceta do deserto e disse:
— Que o Senhor possa te perdoar, meu filho.
Conforme andavam juntos, Abba Macário viu a figura e a aparência do monge e disse a ele:
— Meu filho, eu o vejo! Que Maravilha! Que bela aparência e beleza a sua. Eu nunca tinha visto tal beleza em um rosto humano. Talvez você não seja um homem. Em nome de Deus, diga-me a verdade!
O anjo prostrou-se diante do Ancião e disse:
— Abençoa-me, Pai! Como pode ver eu sou um anjo e vim para ensinar-te os mistérios que você deseja conhecer.
O Ancião curvou-se e disse:
— Te dou graças, Ó Deus! Porque enviaste-me um guia para me ensinar coisas desconhecidas, e mistérios que eu desejo aprender.
O Anjo novamente respondeu:
— Diga-me o que você deseja saber.
O Ancião disse:
— Santo Anjo, conte-me, as pessoas reconhecem umas as outras na vida que virá?
E o anjo respondeu:
— Assim como nesta vida quando as pessoas vão dormir, ao acordar elas ainda reconhecem as pessoas que conheciam antes de dormir, assim o é na vida que virá. As pessoas reconhecerão uma as ouras, e irão se comunicar, e serão alegres juntas. Isto é apenas para os justos, mas os pecadores serão privados até disto.
Então o Abba disse:
— Diga-me, o que acontece depois que alma saí do corpo, e por que são realizados serviços fúnebres para o morto?
O anjo então respondeu:
— No terceiro dia depois da separação do corpo, os Santos Anjos levam a alma do morto e então começa a ascensão aos céus, assim essa alma pode adorar nosso Senhor Jesus Cristo.
Entre a terra e o céu, há uma grande escada, e em cada degrau é encontrado uma hoste de demônios que agem de forma semelhante à dos detentores de pedágios ou guardas de fronteiras. Os demônios mantêm uma lista de nossos atos maus, e dizem deste modo: 'em certo dia você roubou, fornicou, ou cometeu tal ato'. Então os anjos revelam os bons atos, tal como oração, caridade, liturgias, jejuns, e qualquer outra ação boa feita. Os anjos e demônios então pesam as suas ações. Se a um peso maior de boas ações, o anjo leva a alma e ela ascende em direção à próxima estação.
Isto acontece de degrau para degrau até a alma ascender ao céus. Em cada telônio aéreo sendo responsável por um tipo específico de pecado ou mal ação. Em cada degrau, os demônios são cada vez mais ferozes do que os anteriores. Finalmente, lá ocorre uma feroz batalha e indescritível luta pela posse da miserável alma.
Os demônios aterrorizam a alma, dizendo: ‘Onde você está indo? Não foi você que fornicou e profanou o Santo Batismo? Não foi você que profanou o Angélico Schema Monástico? Onde você está indo agora? Volte. Vá para o inferno, que é a escuridão exterior, volte para o fogo do inferno. Entre para onde o verme não morre, e o fogo não se apaga’. Então, se essa alma é condenada os demônios a arrastam para as profundezas, em que a tristeza e a angústia a aguardam. Ai do dia em que este homem nasceu. Quem poderia relatar a ti, Pai, o que tal alma condenada sofre nesse lugar. Mas se a alma se encontra limpa, ela ascende aos céus com alegria, e é recebida pelos anjo com velas e incenso. Eles então escoltam a alma para o trono do julgamento, e adoram ao nosso Senhor Jesus Cristo. E, então, lhe é mostrada os Santos Discípulos, os Santos Mártires, as fileiras dos Santos Padres, e as nove hierarquias Angélicas.
Abba Macário então perguntou sobre os serviços fúnebres e por que eles são celebrados. O Anjo então respondeu:
— Ouça bem, Santo Pai. O primeiro serviço memorial é feito no terceiro dia após a morte. Como tido, a alma não ascende ao céus até o terceiro dia. Este serviço memorial é celebrado como uma oferenda ao Senhor, por causa da alma do falecido. Depois de adorar o Senhor, a alma parte com suas escoltas angélicas então retornar a esta realidade terrestre. Lá é mostrado os vários locais que frequentou durante este vida terrena. É lembrada as suas ações terrenas, tanto as boas quanto as más. O anjo então diz: 'Aqui você roubou, masturbou, censurou, assassinou, cometeu perjura, emprestou dinheiro com juros, tornou-se impuro, brigou e escandalizou'.
Depois as boas ações são mostradas. 'Aqui você fez caridade, lá jejuou, arrependeu-se, participou da Divina Liturgia, orou, manteve uma vigília, orou pelos outros, ajoelhou-se em humildade, manteve-se de pé durante os ofícios, mostrou auto-contento'. Assim continua até o nono dia.
No nono dia, eles ascendem novamente aos céus para adorar a Deus, como durante o terceiro dia. O serviço memorial é mantido no nono dia são para ajudar a garantir a clemência do Senhor para com esta alma. É por esta razão que tem sido escrito que essas intercessões são de suma importância.
Por isso orações, boas obras, liturgias, e serviços memoriais ajudam a alma falecida.
Depois da alma ter adorado o Senhor pela segunda vez, os anjos novamente escoltam a alma a realidade terrena. Os anjos então mostram a misericórdia de Deus, o paraíso, o descanso dos justos, 'o tabernáculo de Deus', 'o seio de Abraão'. Quando vê essa felicidade indecifrável, a alma é consolada e alegre, e suplica aos anjos, para que também ela fique nessa morada junto com os justos.
É então mostrado depois disso o inferno dos perversos. O Anjo diz: 'Este é o fogo do inferno, o verme que não morre, esta é a escuridão exterior e interior, onde se vai ranger os dentes'. É então mostrado o tormento dos pecadores. Lá não existe, Santo Pai, nada pior ou mais assustador do que o tormento daqueles que fornicam ou roubam. Especialmente a fornicação de um monge, monja, padre, ou sua esposa.
Enquanto tudo isto está sendo mostrado, a alma é escoltada novamente no quadragésimo dia para adorar ao Senhor. É por isso que o serviço memorial é feito pelo morto no quadragésimo dia. O Todo Misericordioso Deus irá neste dia decidir a morada da alma. Este resultado é dependente de atos e ações, enquanto na terra. Assim, a alma sai, e permanecerá lá até a ressurreição, de modo que o corpo também pode ser ressuscitado e assim receber suas justas recompensas.
Então o Ancião suspirou e chorou amargamente dizendo:
— Ai do dia em que este homem nasceu!
Então o anjo disse:
— Sim, honrável Pai, isto é para os pecador. Para o justo, deve ser dito, bendito é o dia e a hora que ele nasceu.
O Ancião então respondeu:
— Pode me contar isso também. Há algum descanso ou fim para os tormentos dos pecadores?'
O anjo respondeu:
— Não, Santo Pai. Nem o reino do justo ou dos impios tem fim. Se alguém fosse remover um grão de areia a cada mil anos do mar, ter-se-ia a esperança de algum dia terminar. O inferno dos ímpios não tem fim.
O Ancião disse:
— Por favor, responda-me mais alguma coisa. Quais santos são mais misericordiosos para com um homem, para que ele possa suplicar por sua miséria!
O Anjo então disse:
— Todos os Santos são misericordiosos para com o homem, e são de uma boa disposição. O homem é mal agradecido, e isso deixa-os zangados. O santos anjos também são muito misericordiosos para o homem, porque eles têm visto os atos extraordinários realizados por Deus para a salvação da humanidade. Além dos santos e anjos, é nossa Puríssima e Bendita Senhora, a Virgem Maria que cuida da raça humana. Todos, Santo Pai, devem ter seu nome nos lábios constantemente, e, assim, glorificar seu nome. É devido a sua intercessão e súplicas que a humanidade ainda existe. Mas o demônio engana o homem, e faz-o ingrato. O homem tem desprezo por Deus e pelos santos, e assim Deus e os santos mostram desprezo pela natureza caída do homem.
O Ancião então perguntou:
— Diga-me, Santo Anjo, qual é o mal mais pecaminoso?
E o Anjo respondeu:
— Todos os pecados, digníssimo Ancião, afastam o homem de Deus. Mas o ressentimento e a blasfêmia estão acima dos outros. Isto porque esse dois tem a capacidade de jogar o homem nas profundidades do inferno, nas profundezas infernais da terra e do mar.
Então o Ancião perguntou:
— Qual pecado Deus despreza acima de todos os outros?
O Anjo respondeu:
— Deus despreza acima de todos os outros a vaidade da auto-presunção, que é o orgulho. Este sozinho tem destruído a humanidade. Adão foi exilado do paraíso por causa disso. Com ele, o Fariseu perdeu os frutos de seu trabalho. Quando o homem caí neste pecado, é muito difícil para ele recuperar seus sentidos.
O Ancião disse:
— Quais homens são atormentados mais que os outros?
O Anjo respondeu:
— Eu disse para você: o fornicador e o blasfemo. Mas eu irei dizer você algo a mais, abaixo das outras profundezas do inferno existe um nível que é assustador, impiedoso e cruel, é conhecido como esquecimento. É lá que padres e monásticos que cometeram fornicação são punidos, lá esses perversos indivíduos irão sofrer uma grande punição e desonra. Por isso, honrável Ancião, a posição dos anjos que caíram serão ocupadas por bons padres e monges, eles serão elevados a posição de grande honra.
Isso também se aplica aos padres que quebraram a lei de Deus. Tais padres que aceitaram suborno ou que são corruptos, assim permitindo o desvio da lei de Deus, aqueles que desprezam os Santos Mistérios, e suas obrigações litúrgicas para cuidados seculares e mundanos, mesmo que apenas por uma única liturgia. Eles terão que dar conta de seus atos diante de Deus. O que posso dizer sobre esses padres que permitem a si mesmo se tornarem intoxicados. Ai deles porque os castigos espantosos os aguardam!
Então o Ancião disse:
— Por favor, diga-me daqueles que tratam o domingo, o dia do Senhor, com desprezo. Terão algum repouso na vida futura?
O Anjo respondeu:
— Ai deles, Santo Pai, porque os esperam castigos dolorosos. Quem despreza o Domingo, dia santo de nosso Senhor, com desprezo irá ser desprezado por Deus. No Domingo celebramos o dia em que nosso Senhor ressuscitou, e quem honra este dia honra ao Senhor. Quem honra e celebra os dias santos, encontrará santos que o ajudaram. Os santos têm grande audácia perante o Senhor, e se eles pedirem alguma coisa a Ele, Ele não os recusará.
O homem se distanciou do temor de Deus e, ao fazê-lo, e não tem nem Deus como seu amigo, nem nenhum dos santos. Eles estão preocupados com atividades seculares e terrenas, que são transitórias e corruptíveis. Ai deles. Reconheça, digno Ancião, que cada pessoa, seja ela um padre, monge ou leigo, se não honra o Dia do Senhor, o Domingo, não irá ver a face de Deus, não terá esperança de salvação.
Agora, Santo Pai, se você gostaria de mais alguma coisa, diga-me! Pois é hora de eu ir para o céu, para apresentar-me ao Senhor e adora-Lo.
O Ancião suspirou profundamente enquanto chorava amargamente dizendo:
— Ai de nós! Eis o bom servo do Senhor. Apesar dele ser um anjo, imaculado e imaterial, ainda não pode ficar mas deve ascender para adorar ao Senhor. Mas nós, pecadores e materiais, não atendemos a nossa salvação, mas mostramos desprezo por ela.
Ele, em seguida, perguntou ao Anjo:
— Eu imploro para dizer-me, qual oração é mais apropriada para um monge?
O Anjo respondeu:
— Se ele for educado, nos Salmos de Davi, se não, a oração 'Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tenha piedade de mim, pecador' deve ser feita! Essa oração é a mais fácil e eficaz. Muitas pessoas instruídas renunciaram seu conhecimento, e por manterem essa oração foram salvas. Pode ser usada por todos. Por aqueles que avançaram na oração, e também por aqueles que estão apenas começando e são inexperientes. Quem deseja de ser salvo deve manter essa oração dia e noite, esteja ele na cela ou fora dela andando, é esta oração que deve ser mantida com disposição e desejo, porque esta oração é capaz de ajudar quem quer ser salvo.
O Ancião disse:
— Você veio para ensinar-me, um pecador. Eu imploro, diga-me também: Se um homem que ainda é um pecador ensina o outro, e ao fazê-lo livra-lo do pecado e mostra-lhe o verdadeiro caminho, tem alguma recompensa?
E o Anjo respondeu:
— Quem ensina o outro e o remove dos pecados por mostrar-lhe o caminho certo, salva-se, e a outra alma é salva do inferno. De maneira semelhante, quem encaminha alguém para o mal, não só destrói a outra pessoa, mas também entrega sua própria alma ao demônio. Não há pecado pior do que encaminhar outra pessoa para atos malignos. Do mesmo modo, não há melhor ação do que ensinar alguém boas ações.
Quando o anjo terminou estas palavras de conselho abaixou sua cabeça para o ancião e disse:
— Abençoa-me, Santo Padre, e por favor, perdoa-me.
Então o Ancião caiu de joelhos e venerou o Anjo dizendo:
— Vá em paz, apareça diante da Santíssima Trindade e intercede por mim.
Quando o Anjo ascendeu em direção ao céu, Abba Macário deu graças a Deus e foi para sua cela, onde ele relatou esses eventos para um irmão de boa fé e também asceta, assim glorificando e adorando ao Senhor pelos séculos. Amém!
Artigo original: https://christianorthodox.wordpress.com/2010/04/25/conversation-between-abba-macarios-and-an-angel-of-the-lord/
Tradução: Wallyson Victor de Saturnino.
quinta-feira, 24 de agosto de 2017
Lutando Contra os Nossos Pensamentos ao Orar (Jose D. Menchu)
O segredo de controlar nossos pensamentos na oração é impedir imediatamente a mente distraída. Quando você vê que você não pode controlar seus pensamentos, acorde, fique firme e remova toda a distração. Seja firme e ofensivo (com esses pensamentos), mesmo se isso lhe custar.
São Teófano nos aconselha: "Devemos nos esforçar para rezar, mesmo que não façamos uma oração espiritual". E "neste caso, Deus vê que o homem esforça-se com sinceridade, agindo contra seu próprio coração (isto é, contra esses pensamentos dispersos), lhe dará uma verdadeira oração". Definindo o que é verdadeira oração, São Macário se refere à oração profunda, serena e calma que surge quando a mente está claramente diante de Deus. Quando a mente começa a se acalmar, descobre uma doçura tão forte, que deseja permanecer sempre na verdadeira oração, sem precisar de nada mais.
Eu disse outras vezes como devemos prosseguir: não devemos permitir que nossos pensamentos nos sobrecarreguem. Quando isso acontece, no entanto, devemos forçá-los para trás, repreendendo-nos e sofrendo o que está acontecendo conosco. São João Clímaco diz: "Devemos dirigir nossas mentes para as palavras da oração".
É melhor frequentar a igreja com frequência. Lá, as orações nos chegam com mais facilidade, porque tudo é direcionado para esse objetivo, embora esta solução não esteja ao nosso alcance todos os dias. Então, é melhor se acostumar com a oração orante e tentar ficar na presença de Deus o tempo todo.
Quando você memoriza uma frase, procure uma maneira de inserir a profundidade do significado de cada palavra. Assim, ao orar, as palavras atrairão sua atenção e você irá mergulhar em uma atmosfera serena de oração.
Link do artigo original: http://doxologia.org/es/palabras-de-espiritualidad/luchando-con-nuestros-pensamientos-al-orar
Tradução: Lucas Leiroz.
São Teófano nos aconselha: "Devemos nos esforçar para rezar, mesmo que não façamos uma oração espiritual". E "neste caso, Deus vê que o homem esforça-se com sinceridade, agindo contra seu próprio coração (isto é, contra esses pensamentos dispersos), lhe dará uma verdadeira oração". Definindo o que é verdadeira oração, São Macário se refere à oração profunda, serena e calma que surge quando a mente está claramente diante de Deus. Quando a mente começa a se acalmar, descobre uma doçura tão forte, que deseja permanecer sempre na verdadeira oração, sem precisar de nada mais.
Eu disse outras vezes como devemos prosseguir: não devemos permitir que nossos pensamentos nos sobrecarreguem. Quando isso acontece, no entanto, devemos forçá-los para trás, repreendendo-nos e sofrendo o que está acontecendo conosco. São João Clímaco diz: "Devemos dirigir nossas mentes para as palavras da oração".
É melhor frequentar a igreja com frequência. Lá, as orações nos chegam com mais facilidade, porque tudo é direcionado para esse objetivo, embora esta solução não esteja ao nosso alcance todos os dias. Então, é melhor se acostumar com a oração orante e tentar ficar na presença de Deus o tempo todo.
Quando você memoriza uma frase, procure uma maneira de inserir a profundidade do significado de cada palavra. Assim, ao orar, as palavras atrairão sua atenção e você irá mergulhar em uma atmosfera serena de oração.
Link do artigo original: http://doxologia.org/es/palabras-de-espiritualidad/luchando-con-nuestros-pensamientos-al-orar
Tradução: Lucas Leiroz.
quinta-feira, 17 de agosto de 2017
Muitos ateus acreditam em Deus (Pe. James Guirguis)
A leitura do Santo Evangelho segundo São João 3: 13-17
Se você já assistiu um jogo de futebol pela televisão, notará que sempre há alguns fãs que estão segurando grandes cartazes que se lê "João 3: 16". Quando eu era criança, eu me perguntava o que isso significava, eu não era acostumado a memorizar os versículos da Bíblia, então eu não tinha ideia. Um dia eu fui e olhei o versículo de João 3: 16 que dizia: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". E João 3: 17 continua: "Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele".
Uma das piores ideias que já foram divulgadas sobre o Cristianismo é essa implicação de que Deus está cheio de ira e que Ele está ativamente buscando pessoas para punir e lançá-las a um lugar chamado Inferno. O medo da ira de Deus e do castigo no inferno é um dos principais impulsionadores de tantos sentimentos anticristãos que emergiram na história europeia e agora estão começando a se apoderar aqui em nosso próprio país. De certa forma, podemos dizer que as pessoas são repelidas por esse tipo de deus. Então, eles apresentam outras opções que lhes permitem evitar ter que pensar muito sobre esses conceitos. Eles se tornam universalistas ou budistas ou se tornam "espirituais, mas não religiosos" (o que é uma maneira de dizer que você acredita em algo, mas não tem certeza do que é e que, não importa o que seja, você ainda tem permissão para fazer o que quiser sem qualquer orientação ou regras do lado de fora). Infelizmente, às vezes as pessoas se tornarão agnósticas, ou pior: ateístas.
Uma vez tive o prazer de encontrar alguém que foi ateu militante. Ele se tornou um cristão e mais tarde, um cristão ortodoxo. Um dia, quando nos sentamos e tomamos um café juntos, fiz-lhe duas perguntas: "A maioria dos ateus realmente acredita em Deus?" e "Os ateus não estão zangados com a ideia de Deus que lhes foi apresentada?". Fiquei surpreso quando este homem me respondeu dizendo "Sim". Na verdade, mesmo como um ateu declarado, ele sempre acreditou em Deus e ele passou grande parte de seu tempo argumentando contra e se concentrando nesse deus que ele estava convencido de que não existia! Mas ele estava bravo com o Deus em que as pessoas tentaram fazer ele acreditar. Talvez ele estivesse certo, já que a imagem de Deus oferecida pela maior parte do Ocidente é falsa.
A Teologia é algo de suma importância, porém, uma teologia pobre cria frutos podres. Quando usamos uma linguagem desleixada sobre Deus, ou quando nos desviamos muito da verdade que nos foi entregue pelos Santos Padres, acabamos criando uma teologia que não traz cura, conforto e paz, mas sim semeia contendas, rebeliões e incredulidade nas almas de muitos. Em nenhum lugar do mundo cristão a Teologia finalmente traz paz e conforto duradouros fora da Igreja Ortodoxa e a razão é muito simples: a Igreja Ortodoxa ensina clara e absolutamente que Deus é amor. Outros ensinam isso, mas com todos os tipos de "se", "e" e "porém". Coisas ruins acontecem ao nosso Cristianismo quando criamos uma teologia cheia de obstáculos entre Deus e Seu amor pela humanidade.
No Cristianismo Ortodoxo, aprendemos que o amor de Deus não é determinado pelo nosso comportamento. Se esse comportamento é a obediência aos mandamentos ou a crença em Seu Filho, é falso, pois Deus não muda! Deus ama o mundo inteiro e deseja que todos sejam salvos e conheçam a verdade! Nosso foco em levar os outros a um relacionamento amoroso com Deus e com Sua Igreja só pode acontecer quando descartamos nossos conceitos medievais da ira de Deus e da necessidade de sacrifício e justiça. Essa é a teologia de muitos grupos cristãos, mas, em última instância, falha, porque força Deus a mudar Sua atitude e temperamento dependendo do que fazemos. Deus é imutável.
Não foi a ira de Deus que enviou Seu Filho para se tornar um ser humano humilde. Foi a misericórdia de Deus e Seu amor pela humanidade. Deus não enviou Seu Filho para condenar o mundo. Ele enviou Seu único Filho Jesus Cristo para que, se possível, todo mundo possa ser salvo através da Sua encarnação, Sua vida, Sua crucificação, Sua ressurreição, Sua ascensão e o envio do Espírito Santo. Todos esses eventos mudaram o curso de toda a história humana. Todos esses eventos, quando bem compreendidos, nos permitem abordar nosso próximo com muito cuidado e compaixão e não com uma visão desleixada de um Deus bravo.
Somos abençoados porque Deus nos ama sem condições e sem limites. Imagine o que pode acontecer se pudermos apresentar pessoas a esse Deus que realmente nos ama? Glória a Deus para sempre. Amém!
Tradução: Felipe Rotta
Se você já assistiu um jogo de futebol pela televisão, notará que sempre há alguns fãs que estão segurando grandes cartazes que se lê "João 3: 16". Quando eu era criança, eu me perguntava o que isso significava, eu não era acostumado a memorizar os versículos da Bíblia, então eu não tinha ideia. Um dia eu fui e olhei o versículo de João 3: 16 que dizia: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". E João 3: 17 continua: "Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele".
Uma das piores ideias que já foram divulgadas sobre o Cristianismo é essa implicação de que Deus está cheio de ira e que Ele está ativamente buscando pessoas para punir e lançá-las a um lugar chamado Inferno. O medo da ira de Deus e do castigo no inferno é um dos principais impulsionadores de tantos sentimentos anticristãos que emergiram na história europeia e agora estão começando a se apoderar aqui em nosso próprio país. De certa forma, podemos dizer que as pessoas são repelidas por esse tipo de deus. Então, eles apresentam outras opções que lhes permitem evitar ter que pensar muito sobre esses conceitos. Eles se tornam universalistas ou budistas ou se tornam "espirituais, mas não religiosos" (o que é uma maneira de dizer que você acredita em algo, mas não tem certeza do que é e que, não importa o que seja, você ainda tem permissão para fazer o que quiser sem qualquer orientação ou regras do lado de fora). Infelizmente, às vezes as pessoas se tornarão agnósticas, ou pior: ateístas.
Uma vez tive o prazer de encontrar alguém que foi ateu militante. Ele se tornou um cristão e mais tarde, um cristão ortodoxo. Um dia, quando nos sentamos e tomamos um café juntos, fiz-lhe duas perguntas: "A maioria dos ateus realmente acredita em Deus?" e "Os ateus não estão zangados com a ideia de Deus que lhes foi apresentada?". Fiquei surpreso quando este homem me respondeu dizendo "Sim". Na verdade, mesmo como um ateu declarado, ele sempre acreditou em Deus e ele passou grande parte de seu tempo argumentando contra e se concentrando nesse deus que ele estava convencido de que não existia! Mas ele estava bravo com o Deus em que as pessoas tentaram fazer ele acreditar. Talvez ele estivesse certo, já que a imagem de Deus oferecida pela maior parte do Ocidente é falsa.
A Teologia é algo de suma importância, porém, uma teologia pobre cria frutos podres. Quando usamos uma linguagem desleixada sobre Deus, ou quando nos desviamos muito da verdade que nos foi entregue pelos Santos Padres, acabamos criando uma teologia que não traz cura, conforto e paz, mas sim semeia contendas, rebeliões e incredulidade nas almas de muitos. Em nenhum lugar do mundo cristão a Teologia finalmente traz paz e conforto duradouros fora da Igreja Ortodoxa e a razão é muito simples: a Igreja Ortodoxa ensina clara e absolutamente que Deus é amor. Outros ensinam isso, mas com todos os tipos de "se", "e" e "porém". Coisas ruins acontecem ao nosso Cristianismo quando criamos uma teologia cheia de obstáculos entre Deus e Seu amor pela humanidade.
No Cristianismo Ortodoxo, aprendemos que o amor de Deus não é determinado pelo nosso comportamento. Se esse comportamento é a obediência aos mandamentos ou a crença em Seu Filho, é falso, pois Deus não muda! Deus ama o mundo inteiro e deseja que todos sejam salvos e conheçam a verdade! Nosso foco em levar os outros a um relacionamento amoroso com Deus e com Sua Igreja só pode acontecer quando descartamos nossos conceitos medievais da ira de Deus e da necessidade de sacrifício e justiça. Essa é a teologia de muitos grupos cristãos, mas, em última instância, falha, porque força Deus a mudar Sua atitude e temperamento dependendo do que fazemos. Deus é imutável.
Não foi a ira de Deus que enviou Seu Filho para se tornar um ser humano humilde. Foi a misericórdia de Deus e Seu amor pela humanidade. Deus não enviou Seu Filho para condenar o mundo. Ele enviou Seu único Filho Jesus Cristo para que, se possível, todo mundo possa ser salvo através da Sua encarnação, Sua vida, Sua crucificação, Sua ressurreição, Sua ascensão e o envio do Espírito Santo. Todos esses eventos mudaram o curso de toda a história humana. Todos esses eventos, quando bem compreendidos, nos permitem abordar nosso próximo com muito cuidado e compaixão e não com uma visão desleixada de um Deus bravo.
Somos abençoados porque Deus nos ama sem condições e sem limites. Imagine o que pode acontecer se pudermos apresentar pessoas a esse Deus que realmente nos ama? Glória a Deus para sempre. Amém!
Tradução: Felipe Rotta
domingo, 13 de agosto de 2017
Cânone pela Reconciliação Racial (Irmandade de São Moisés, o Negro)
Nota do Tradutor: devido aos lamentáveis acontecimentos em Charlottesville (12/08/17), a Irmandade de São Moisés, o Negro escreveu este Cânone pela reconciliação racial e convida todos a rezar postando o Cânone.
Glória a Deus por todas as flores em seu jardim
ODE I
Irmos: No passado, o poder dominou completamente o exército do Faraó, mas o Verbo encarnado aniquilou o pecado pernicioso, todo glorioso é o Senhor, pois Ele foi gloriosamente glorificado.
Glória a Deus por todas as flores em seu jardim!
Porque "a pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se a cabeça da esquina", as raças distintas são juntas novamente. (Salmo 118: 22)
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Assim como Cristo nos ordenou amar o Senhor teu Deus "com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente e com toda a tua força", assim também nos chamou para "amar o teu próximo como a ti mesmo" ( Marcos 12:30), (Marcos 12:31).
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
A soma da reconciliação da humanidade a Deus é expressada em uma aclamação. Theotokos. A portadora de Deus.
ODE II
Irmos: Ao estabelecer-me na rocha da fé, você ampliou minha boca sobre meus inimigos, e meu espírito se alegra quando canto: Não há nenhum santo como nosso Deus, e nenhum justo ao seu lado, Senhor.
Glória a Deus por todas as flores em seu jardim
Deixando para trás a maldição de Noé (Gênesis 9:26), nos lançamos "em vista do prêmio do alto, que Deus nos chama a receber em Jesus Cristo", vendo a marca de Deus em cada face. (Phil 4:14)
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Por uma condenação cruel, os filhos de Noé dividiram as raças em três. Mas o sangue da segunda pessoa da Trindade preencheu a divisão, restaurando uma humanidade comum em Cristo.
Theotokos não só juntou o homem a Deus, mas também iniciou o processo de reconciliação do homem com o homem e de raça com raça.
SEDALION
Ó Senhor, quando Você fechar todas as janelas mundanas divisórias e perturbadoras, leva-nos às portas do arrependimento.
À porta esquerda do remorso, levaremos nossos corações, quebrados e humilhados. Na porta direita da determinação, tratemos nossas mentes totalmente redirecionadas pelo seu Espírito Santo para o trono de Cristo.
Traga-nos para a mesa em que todos possam encontrar um lugar.
Para todas as raças da humanidade que podem ser encontradas em seu jardim, onde cada um de nós é uma das suas amadas flores.
ODE III
Irmos: De uma Virgem veio, não como mediador nem como anjo, mas o próprio Senhor mesmo encarnou e salvou a mim e a todo homem. Por isso eu clamo por Ti: Glória ao teu poder, ó Senhor.
Glória a Deus por todas as flores em seu jardim
Com a dor do assassinato de seu irmão, São Dionísio aplicou o fruto do arrependimento familiar. Ele aplicou o bálsamo perdoador de Cristo à alma arrependida do assassino de seu irmão. Ele deu-lhe o sacramento da absolvição depois que o homem sinceramente confessou seus pecados.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
As três Hipóstases, Pai, Filho e Espírito Santo, consideram o coração, não o poder. Porém, eu confiarei naquele que fez todas as coisas, vê todas as coisas, ouve todas as coisas e sente todas as coisas, grandes e pequenas.
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Ao amar compassivamente a Maria, cheia de graça e misericórdia, ensine-nos a amar uns aos outros, mesmo que o amor não seja correspondido.
ODE IV
Irmos: Você que é a luz daqueles que estão na escuridão, e a salvação dos desesperados, ó Cristo meu Salvador, eu me levanto cedo para orar a Ti, ó Rei da Paz. Ilumine-me com o teu resplendor, pois não conheço outro Deus ao lado de Ti.
Glória a Deus por todas as flores em seu jardim
Colocando-se atrás da marca de Caim, nos esforçamos para ver as manchas do nosso vizinho e nos concentrar em nossos próprios feixes de pecado notavelmente grandes que precisam de uma oração incessante.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
A Trindade Consubstancial em Deus glorificado procura a restauração por adoção de toda a humanidade. No entanto, todos devem chegar ao trono da graça pelo livre arbítrio. Quão maravilhoso é o nosso Deus.
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Doce Mãe do Deus Misericordioso, seu vestido tem fios dos quatro cantos da terra. Todas as gerações lhe bendizem.
ODE V
Irmos: Impelido no abismo do pecado, apelo ao abismo insondável da tua compaixão: da corrupção, levanta-me, ó Deus.
Glória a Deus por todas as flores em seu jardim
Deixando para trás as memórias de ser vendido como escravo, José reconheceu que era Deus e não seus irmãos apologéticos que “me enviou adiante de vós para preservar a vida” (Gn 45: 5). Então, também reconheça o tamanho da vontade inefável de Deus.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
O Pai, o Filho e o Espírito Santo são um em essência e não dividido. O homem, embora criado, foi concedido a salvação eterna participando do corpo e do sangue de Cristo. Assim, o homem é reunido para Deus e para o homem.
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Alegra-te, ó Virgem, porque aquele que fez o teu útero mais amplo do que os céus veio conciliar o homem a Deus e o homem ao homem.
KONTAKION
Para os fracos, compartilhemos a força. Para os fortes em Cristo, renunciemos à condenação. Pois os fortes podem suportar as fraquezas do fraco em Cristo; através dele todas as coisas podem ser feitas, pois somente a Trindade é o Santo, o Santo forte, o Santo imortal.
ODE VI
Irmos: Quando a imagem dourada foi adorada na planície de Dura, os teus três filhos desprezaram a ordem impalpável, lançaram-se ao fogo e cantaram: abençoado, ó Deus de nossos pais.
Glória a Deus por todas as flores em seu jardim
Como todas as raças podem construir a ponte da reconciliação através da partilha dos frutos do arrependimento, então o relacionamento é reformado. Enquanto o filho pródigo pode dar o fruto da humildade, o grande irmão pode dar o fruto de paciência e perdão.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Pelos gritos de traição, Cristo remeteu a cruz. Por amor e obediência, não pelos cravos, Ele permaneceu na cruz, vencendo a morte pela morte.
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Deixando para trás os gritos da crucificação, a Virgem Santa suportou a dor pior do que o trabalho de parto. Por amor, ela deu a luz ao amor. Por esperança, ela contemplou a Luz da Luz, descendo para o Hades e depois ascendendo para os Céus.
ODE VII
Irmos: ó obras, louvem ao Senhor Deus, que desceu ao Hades com os filhos hebreus e transformou a chama em orvalho, e sempre O exaltaremos por todos os séculos.
Glória a Deus por todas as flores em seu jardim
Colocando as memórias de Israel, Daniel manteve sua visão em Deus, embora ele fosse estranho numa terra estranha.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Mesmo que o arrependimento seja mais do que desculpar, a reconciliação racial é mais do que pedir ao opressor uma desculpa. O fruto do arrependimento pode variar de forma e moda. O Profeta Davi ofereceria um salmo. São João Maximovitch ofereceria seu jejum e um orfanato. São Menas ofereceria o sangue de seu martírio. São Lucas ofereceria seus ícones e conselhos para a cura. São Herman deixaria o ambiente familiar e traria a ortodoxia para a América. Santa Tais ofereceria suas orações agradecidas, e suas sinceras lágrimas. São Moisés ofereceria sua humilde sacola de derramamento de areia.
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Ó alegria de todos que sofrem, santifica-nos pela sua intercessão perante o seu filho e o nosso Salvador. Pois ele, que está sentado em seu braço, é forte e poderoso, Deus verdadeiro do Deus verdadeiro. Ajude-nos a reunir-se juntos no amor, na paciência, no sofrimento e na alegria indescritível.
ODE VIII
Irmos: Deus, o Verbo, que veio de Deus e que, por inefável sabedoria, veio a renovar Adão após a sua penosa queda à corrupção por comer o fruto, e que tomou carne da Santíssima Virgem por nossa causa. Exaltem-O com hinos.
Glória a Deus por todas as flores em seu jardim
Colocando a tristeza da divisão racial, vejamos o bem e a comunhão uns dos outros em Cristo. Pois a peça da alegria é a mesma.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Deixe Deus ser glorificado de cima e de vozes unidas abaixo. Deixe aqueles que tem muito compartilhar com os que têm pouco. Deixe que os pães diários que o Senhor envie sejam divididos generosamente, de modo que as raças não sejam mais propensas a divisão.
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Sim, Santa Mãe, nos ajude a curar nossas feridas em relação a raça, classe, gênero e nacionalidade com o bálsamo do Cristo Todo Poderoso, que virá de novo em Sua glória, e cujas múltiplas espécies unidas o Seu reino não terá fim.
DESPEDIDA
Aleluia, aleluia, aleluia.
Em nome do Pai, Filho e Espírito Santo. Amém +
Tradução: Felipe Rotta
Glória a Deus por todas as flores em seu jardim
ODE I
Irmos: No passado, o poder dominou completamente o exército do Faraó, mas o Verbo encarnado aniquilou o pecado pernicioso, todo glorioso é o Senhor, pois Ele foi gloriosamente glorificado.
Glória a Deus por todas as flores em seu jardim!
Porque "a pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se a cabeça da esquina", as raças distintas são juntas novamente. (Salmo 118: 22)
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Assim como Cristo nos ordenou amar o Senhor teu Deus "com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente e com toda a tua força", assim também nos chamou para "amar o teu próximo como a ti mesmo" ( Marcos 12:30), (Marcos 12:31).
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
A soma da reconciliação da humanidade a Deus é expressada em uma aclamação. Theotokos. A portadora de Deus.
ODE II
Irmos: Ao estabelecer-me na rocha da fé, você ampliou minha boca sobre meus inimigos, e meu espírito se alegra quando canto: Não há nenhum santo como nosso Deus, e nenhum justo ao seu lado, Senhor.
Glória a Deus por todas as flores em seu jardim
Deixando para trás a maldição de Noé (Gênesis 9:26), nos lançamos "em vista do prêmio do alto, que Deus nos chama a receber em Jesus Cristo", vendo a marca de Deus em cada face. (Phil 4:14)
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Por uma condenação cruel, os filhos de Noé dividiram as raças em três. Mas o sangue da segunda pessoa da Trindade preencheu a divisão, restaurando uma humanidade comum em Cristo.
Theotokos não só juntou o homem a Deus, mas também iniciou o processo de reconciliação do homem com o homem e de raça com raça.
SEDALION
Ó Senhor, quando Você fechar todas as janelas mundanas divisórias e perturbadoras, leva-nos às portas do arrependimento.
À porta esquerda do remorso, levaremos nossos corações, quebrados e humilhados. Na porta direita da determinação, tratemos nossas mentes totalmente redirecionadas pelo seu Espírito Santo para o trono de Cristo.
Traga-nos para a mesa em que todos possam encontrar um lugar.
Para todas as raças da humanidade que podem ser encontradas em seu jardim, onde cada um de nós é uma das suas amadas flores.
ODE III
Irmos: De uma Virgem veio, não como mediador nem como anjo, mas o próprio Senhor mesmo encarnou e salvou a mim e a todo homem. Por isso eu clamo por Ti: Glória ao teu poder, ó Senhor.
Glória a Deus por todas as flores em seu jardim
Com a dor do assassinato de seu irmão, São Dionísio aplicou o fruto do arrependimento familiar. Ele aplicou o bálsamo perdoador de Cristo à alma arrependida do assassino de seu irmão. Ele deu-lhe o sacramento da absolvição depois que o homem sinceramente confessou seus pecados.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
As três Hipóstases, Pai, Filho e Espírito Santo, consideram o coração, não o poder. Porém, eu confiarei naquele que fez todas as coisas, vê todas as coisas, ouve todas as coisas e sente todas as coisas, grandes e pequenas.
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Ao amar compassivamente a Maria, cheia de graça e misericórdia, ensine-nos a amar uns aos outros, mesmo que o amor não seja correspondido.
ODE IV
Irmos: Você que é a luz daqueles que estão na escuridão, e a salvação dos desesperados, ó Cristo meu Salvador, eu me levanto cedo para orar a Ti, ó Rei da Paz. Ilumine-me com o teu resplendor, pois não conheço outro Deus ao lado de Ti.
Glória a Deus por todas as flores em seu jardim
Colocando-se atrás da marca de Caim, nos esforçamos para ver as manchas do nosso vizinho e nos concentrar em nossos próprios feixes de pecado notavelmente grandes que precisam de uma oração incessante.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
A Trindade Consubstancial em Deus glorificado procura a restauração por adoção de toda a humanidade. No entanto, todos devem chegar ao trono da graça pelo livre arbítrio. Quão maravilhoso é o nosso Deus.
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Doce Mãe do Deus Misericordioso, seu vestido tem fios dos quatro cantos da terra. Todas as gerações lhe bendizem.
ODE V
Irmos: Impelido no abismo do pecado, apelo ao abismo insondável da tua compaixão: da corrupção, levanta-me, ó Deus.
Glória a Deus por todas as flores em seu jardim
Deixando para trás as memórias de ser vendido como escravo, José reconheceu que era Deus e não seus irmãos apologéticos que “me enviou adiante de vós para preservar a vida” (Gn 45: 5). Então, também reconheça o tamanho da vontade inefável de Deus.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
O Pai, o Filho e o Espírito Santo são um em essência e não dividido. O homem, embora criado, foi concedido a salvação eterna participando do corpo e do sangue de Cristo. Assim, o homem é reunido para Deus e para o homem.
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Alegra-te, ó Virgem, porque aquele que fez o teu útero mais amplo do que os céus veio conciliar o homem a Deus e o homem ao homem.
KONTAKION
Para os fracos, compartilhemos a força. Para os fortes em Cristo, renunciemos à condenação. Pois os fortes podem suportar as fraquezas do fraco em Cristo; através dele todas as coisas podem ser feitas, pois somente a Trindade é o Santo, o Santo forte, o Santo imortal.
ODE VI
Irmos: Quando a imagem dourada foi adorada na planície de Dura, os teus três filhos desprezaram a ordem impalpável, lançaram-se ao fogo e cantaram: abençoado, ó Deus de nossos pais.
Glória a Deus por todas as flores em seu jardim
Como todas as raças podem construir a ponte da reconciliação através da partilha dos frutos do arrependimento, então o relacionamento é reformado. Enquanto o filho pródigo pode dar o fruto da humildade, o grande irmão pode dar o fruto de paciência e perdão.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Pelos gritos de traição, Cristo remeteu a cruz. Por amor e obediência, não pelos cravos, Ele permaneceu na cruz, vencendo a morte pela morte.
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Deixando para trás os gritos da crucificação, a Virgem Santa suportou a dor pior do que o trabalho de parto. Por amor, ela deu a luz ao amor. Por esperança, ela contemplou a Luz da Luz, descendo para o Hades e depois ascendendo para os Céus.
ODE VII
Irmos: ó obras, louvem ao Senhor Deus, que desceu ao Hades com os filhos hebreus e transformou a chama em orvalho, e sempre O exaltaremos por todos os séculos.
Glória a Deus por todas as flores em seu jardim
Colocando as memórias de Israel, Daniel manteve sua visão em Deus, embora ele fosse estranho numa terra estranha.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Mesmo que o arrependimento seja mais do que desculpar, a reconciliação racial é mais do que pedir ao opressor uma desculpa. O fruto do arrependimento pode variar de forma e moda. O Profeta Davi ofereceria um salmo. São João Maximovitch ofereceria seu jejum e um orfanato. São Menas ofereceria o sangue de seu martírio. São Lucas ofereceria seus ícones e conselhos para a cura. São Herman deixaria o ambiente familiar e traria a ortodoxia para a América. Santa Tais ofereceria suas orações agradecidas, e suas sinceras lágrimas. São Moisés ofereceria sua humilde sacola de derramamento de areia.
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Ó alegria de todos que sofrem, santifica-nos pela sua intercessão perante o seu filho e o nosso Salvador. Pois ele, que está sentado em seu braço, é forte e poderoso, Deus verdadeiro do Deus verdadeiro. Ajude-nos a reunir-se juntos no amor, na paciência, no sofrimento e na alegria indescritível.
ODE VIII
Irmos: Deus, o Verbo, que veio de Deus e que, por inefável sabedoria, veio a renovar Adão após a sua penosa queda à corrupção por comer o fruto, e que tomou carne da Santíssima Virgem por nossa causa. Exaltem-O com hinos.
Glória a Deus por todas as flores em seu jardim
Colocando a tristeza da divisão racial, vejamos o bem e a comunhão uns dos outros em Cristo. Pois a peça da alegria é a mesma.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Deixe Deus ser glorificado de cima e de vozes unidas abaixo. Deixe aqueles que tem muito compartilhar com os que têm pouco. Deixe que os pães diários que o Senhor envie sejam divididos generosamente, de modo que as raças não sejam mais propensas a divisão.
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Sim, Santa Mãe, nos ajude a curar nossas feridas em relação a raça, classe, gênero e nacionalidade com o bálsamo do Cristo Todo Poderoso, que virá de novo em Sua glória, e cujas múltiplas espécies unidas o Seu reino não terá fim.
DESPEDIDA
Aleluia, aleluia, aleluia.
Em nome do Pai, Filho e Espírito Santo. Amém +
Tradução: Felipe Rotta
segunda-feira, 7 de agosto de 2017
O Poder Moral do Santo Príncipe Vladimir (São João Maximovich)
Ele estava entre os primeiros governantes de todas as rússias a se tornar um cristão, e originou a forma de governo cristã para a Rússia. A partir de seu tempo, a soberania russa se torna ortodoxa, e o Cristianismo entra em todas as esferas da vida social e civil.
Ele atuou unicamente como um governante? Suas ações foram destinadas apenas para fins civis? Não, pois ele mostrou ser um verdadeiro cristão e pregou a Cristo não apenas em palavras, mas por seu exemplo pessoal.
Tendo sido criado como um pagão, o Príncipe Vladimir, apesar de ter ouvido falar do Cristianismo ainda quando criança, através de sua avó, Santa Duquesa Olga, ele ainda era um pagão zeloso. Ele cumpriu com sinceridade os rituais pagãos, tentou apaziguar os deuses, trazendo-lhes sacrifícios pelos sucessos, porque estava realmente convencido de que ele era um servo da verdade.
Quando uma multidão kievana matou o viking Feodor e seu filho Ioann, sobre os quais caiu a infelicidade de serem trazidos para o sacrifício ao ídolo Perun em gratidão pelo sucesso da batalha, Vladimir veio a entender que ele estava em um grande erro. Ele sentiu o abismo entre a lei moral e as exigências do paganismo e sua alma abalada sentiu a injustiça. A busca pela verdade levou-o à Ortodoxia e, superando seus obstáculos internos e externos, aceitou o Santo Batismo.
Agora, como um cristão, ele começou a servir a Cristo ainda mais zeloso do que serviu aos deuses pagãos. Ele trouxe todo o seu ser e toda a sua disposição em sacrifício à Verdade, pois o ensino cristão revela a verdade divina e expressa a lei moral mais elevada.
Vladimir mudou depois de seu batismo. Ele preservou suas próprias qualidades ao rejeitar suas inclinações à queda e seus hábitos pecaminosos. Do homem cruel que ele era, não poupando sequer o seu próprio irmão, que foi morto em uma guerra intestina pelo poder, tornou-se tão piedoso que nem sequer queria executar criminosos, empregando esse castigo apenas em raras circunstâncias, pois queria evitar o mal.
De um filho rebelde, ele se tornou casto, abandonou suas ex-esposas e viveu em um honorável casamento cristão com a rainha Anna. De um conquistador predatório, ele se tornou um governante amante da paz. De um corrupto coletor de impostos, tornou-se indiferente aos tesouros deste mundo, preparado para distribuí-los em troca dos valores imateriais. Para as suas forças armadas, ele não se tornou um líder terrível castigando brutalmente as menores infrações, mas um governante sábio, compreendendo as almas de seus súditos e apreciando seus companheiros.
Para o seu povo, ele se tornou um pai amoroso, cuidando de seus muitos filhos, buscando satisfazer suas necessidades.
Ele prestou especial atenção aos desamparados — os órfãos, as viúvas, os aleijados. Ele se lembrou deles durante seus banquetes e enviou-lhes vagões contendo comida e outros suprimentos necessários.
Em seus banquetes não haviam assuntos estranhos, mas alegria, comunhão fraterna. Em todos os aspectos da vida, ele mostrou-se um cristão, agora o Príncipe Vladimir, o Belo Sol, tanto em sua vida pessoal quanto familiar, na sociedade e como um chefe de Estado. Conhecendo a verdade, ele serviu com todo seu coração, espalhando a luz onde quer que fosse possível. Ele era a personificação dos ensinamentos de Cristo, servindo de exemplo para que outros o imitassem. É por isso que os ortodoxos se espalham tão rapidamente e com uma profunda devoção em toda a vida vida russa. O Príncipe chamou a atenção de todos com seu próprio "podvig". Ele era o conquistador de si mesmo, por isso ele governou os outros, pregando a palavra de Cristo com suas ações em todas as esferas da vida. Ele serviu o verdadeiro Deus como pessoa, como chefe de sua casa, como comandante, como juiz, como governante e monarca. Ele sempre foi, posteriormente, um servo da Verdade, esforçando-se para velar para que ela reinasse em todos os lugares.
Ele entendeu profundamente que "tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai." (Filipenses 4:8). Esta deve ser a base da vida para cada pessoa e para todo um povo. Por esta razão, ele não separou uma coisa da outra e, o que ele mostrava em sua vida pessoal, também manifestava em seus assuntos civis.
O novo espírito de totalidade e unidade em todos os aspectos da vida e da manifestação da verdade em tudo foi o que São Vladimir exibiu em si mesmo e o transmitiu ao povo russo. Ele é o iluminador e batista, monarca e apóstolo, comandante e professor, unificador e preservador. Seus melhores sucessores seguiram sua liderança, e não é por acaso que foi no dia de sua festa que a Batalha de Neva foi conquistada pelo Grande e Santo Príncipe Alexandr [Nevsky], em quem vemos a imagem espiritual de seu antepassado apostólico.
O serviço a Deus iniciado por São Vladimir na terra, continua mesmo agora no Trono do Todo-Poderoso, pois ele continua a rezar pela terra russa que ele iluminou e santificou; ele brilha com a luz celestial, guiando o povo russo pela Verdade.
Tradução: Felipe Rotta
Ele atuou unicamente como um governante? Suas ações foram destinadas apenas para fins civis? Não, pois ele mostrou ser um verdadeiro cristão e pregou a Cristo não apenas em palavras, mas por seu exemplo pessoal.
Tendo sido criado como um pagão, o Príncipe Vladimir, apesar de ter ouvido falar do Cristianismo ainda quando criança, através de sua avó, Santa Duquesa Olga, ele ainda era um pagão zeloso. Ele cumpriu com sinceridade os rituais pagãos, tentou apaziguar os deuses, trazendo-lhes sacrifícios pelos sucessos, porque estava realmente convencido de que ele era um servo da verdade.
Quando uma multidão kievana matou o viking Feodor e seu filho Ioann, sobre os quais caiu a infelicidade de serem trazidos para o sacrifício ao ídolo Perun em gratidão pelo sucesso da batalha, Vladimir veio a entender que ele estava em um grande erro. Ele sentiu o abismo entre a lei moral e as exigências do paganismo e sua alma abalada sentiu a injustiça. A busca pela verdade levou-o à Ortodoxia e, superando seus obstáculos internos e externos, aceitou o Santo Batismo.
Agora, como um cristão, ele começou a servir a Cristo ainda mais zeloso do que serviu aos deuses pagãos. Ele trouxe todo o seu ser e toda a sua disposição em sacrifício à Verdade, pois o ensino cristão revela a verdade divina e expressa a lei moral mais elevada.
Vladimir mudou depois de seu batismo. Ele preservou suas próprias qualidades ao rejeitar suas inclinações à queda e seus hábitos pecaminosos. Do homem cruel que ele era, não poupando sequer o seu próprio irmão, que foi morto em uma guerra intestina pelo poder, tornou-se tão piedoso que nem sequer queria executar criminosos, empregando esse castigo apenas em raras circunstâncias, pois queria evitar o mal.
De um filho rebelde, ele se tornou casto, abandonou suas ex-esposas e viveu em um honorável casamento cristão com a rainha Anna. De um conquistador predatório, ele se tornou um governante amante da paz. De um corrupto coletor de impostos, tornou-se indiferente aos tesouros deste mundo, preparado para distribuí-los em troca dos valores imateriais. Para as suas forças armadas, ele não se tornou um líder terrível castigando brutalmente as menores infrações, mas um governante sábio, compreendendo as almas de seus súditos e apreciando seus companheiros.
Para o seu povo, ele se tornou um pai amoroso, cuidando de seus muitos filhos, buscando satisfazer suas necessidades.
Ele prestou especial atenção aos desamparados — os órfãos, as viúvas, os aleijados. Ele se lembrou deles durante seus banquetes e enviou-lhes vagões contendo comida e outros suprimentos necessários.
Em seus banquetes não haviam assuntos estranhos, mas alegria, comunhão fraterna. Em todos os aspectos da vida, ele mostrou-se um cristão, agora o Príncipe Vladimir, o Belo Sol, tanto em sua vida pessoal quanto familiar, na sociedade e como um chefe de Estado. Conhecendo a verdade, ele serviu com todo seu coração, espalhando a luz onde quer que fosse possível. Ele era a personificação dos ensinamentos de Cristo, servindo de exemplo para que outros o imitassem. É por isso que os ortodoxos se espalham tão rapidamente e com uma profunda devoção em toda a vida vida russa. O Príncipe chamou a atenção de todos com seu próprio "podvig". Ele era o conquistador de si mesmo, por isso ele governou os outros, pregando a palavra de Cristo com suas ações em todas as esferas da vida. Ele serviu o verdadeiro Deus como pessoa, como chefe de sua casa, como comandante, como juiz, como governante e monarca. Ele sempre foi, posteriormente, um servo da Verdade, esforçando-se para velar para que ela reinasse em todos os lugares.
Ele entendeu profundamente que "tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai." (Filipenses 4:8). Esta deve ser a base da vida para cada pessoa e para todo um povo. Por esta razão, ele não separou uma coisa da outra e, o que ele mostrava em sua vida pessoal, também manifestava em seus assuntos civis.
O novo espírito de totalidade e unidade em todos os aspectos da vida e da manifestação da verdade em tudo foi o que São Vladimir exibiu em si mesmo e o transmitiu ao povo russo. Ele é o iluminador e batista, monarca e apóstolo, comandante e professor, unificador e preservador. Seus melhores sucessores seguiram sua liderança, e não é por acaso que foi no dia de sua festa que a Batalha de Neva foi conquistada pelo Grande e Santo Príncipe Alexandr [Nevsky], em quem vemos a imagem espiritual de seu antepassado apostólico.
O serviço a Deus iniciado por São Vladimir na terra, continua mesmo agora no Trono do Todo-Poderoso, pois ele continua a rezar pela terra russa que ele iluminou e santificou; ele brilha com a luz celestial, guiando o povo russo pela Verdade.
Tradução: Felipe Rotta
quinta-feira, 3 de agosto de 2017
Carta a um Iconógrafo Sobre o Ancião de Dias (Pe. Stephen Bigham)
Nota do tradutor: a imagem inserida nesta postagem NÃO se refere à imagem citada pelo autor no final da carta, decidi colocá-la unicamente para expôr como é a representação do Ancião de Dias de acordo com a Tradição Ortodoxa para evitar a confusão de alguns leitores.
Nota do escritor: Há tempo atrás, um amigo me enviou uma imagem do Ancião de Dias que está sendo pintada em uma paróquia ortodoxa grega em Montréal, Quebec, Canadá. Ele queria saber o que eu pensava a respeito. A primeira imagem ainda não foi concluída e a segunda está concluída. Eu escrevi de volta os seguintes comentários.
Olá, Ângelo. Referência: Daniel 7: 9-22
As questões essenciais nesta passagem e a imagem do Ancião de Dias são estas: quem é o Ancião de Dias? E quem é o Filho do Homem que se aproxima dele para receber o reino? Esta passagem de Daniel historicamente foi usada para justificar teologicamente as imagens de Deus Pai, sozinhas ou em várias formas do que se chama Trindade do Novo Testamento — em oposição à Trindade do Antigo Testamento que é retratada na Hospitalidade de Abraão. A chamada Trindade do Novo Testamento tem várias formas, mas sempre mostra um homem velho com uma barba branca, um homem adulto ou um menino e uma pomba. De acordo com essa interpretação, o velho, o Ancião de Dias, é o Pai; o homem, o Filho; e a pomba, o Espírito Santo. Essas imagens e sua justificativa teológica tornaram-se tão comuns no mundo ortodoxo que ninguém, quase ninguém, as questiona. Mas eu, sendo impertinente, rebelde e — imagino — ortodoxo, espero-desejo levantar-se e desafiar a imagem e a explicação teológica como sendo contrárias à Sagrada Tradição.
Sabemos, a partir de estudos históricos e iconológicos, que tanto a imagem do Ancião de Dias como Deus Pai sozinho ou a chamada Trindade do Novo Testamento, e sua justificativa teológica baseada em Daniel não são da tradição da Igreja Ortodoxa. Somente em meados do final da Idade Média que a imagem e a sua justificação fazem sua aparição no mundo ortodoxo, e sua fonte é o Ocidente Católico Latino. Durante vários séculos, os pintores ocidentais haviam pintado várias formas da Trindade, que eventualmente foram justificadas por um apelo a Daniel e a sua visão do Ancião de Dias. Durante o período chamado Cativeiro Ocidental, quando os ortodoxos em todo o mundo engoliram quase tudo o que veio do Ocidente Latino como "melhor" do que as imagens e a teologia ortodoxa "antiquadas", essa imagem e sua justificativa fizeram grandes avanços na mentalidade ortodoxa. E isto a tal ponto, que as pessoas esqueceram o Santa Tradição real e genuína dos Padres. E o que é essa Tradição?
Resumidamente, é de que o Logos de Deus Pai, o Filho, que historicamente se encarnou em Jesus de Nazaré, é aquele, a Pessoa, que se revela de forma vaga e imperfeita, como através de um espelho, timidamente, no Antigo Testamento. Quem falou com Moisés no Monte Sinai? Quem falou com ele na sarça ardente? Quem é o criador sobre o qual Gênesis fala? Com quem Adão e Eva andaram e conversaram no Jardim do Éden? A quem os profetas viram e ouviram suas visões? A unanimidade da Sagrada Tradição da Igreja Ortodoxa diz que foi o Logos Divino, o Filho, a segunda Pessoa da Trindade, e não o Pai. O Filho revela o Pai e o Espírito tanto no Antigo Testamento de uma forma "obscurecida", como abertamente no Novo Testamento. "E ele nos ensinou como a Lei e os Profetas falaram sobre ele". Então, a questão é essa: quem os profetas, e particularmente Daniel, viram nas suas visões? A resposta geral dos Padres é que eles viram e ouviram o Filho e não o Pai. Portanto, este princípio geral da interpretação — o Filho revela-se sombriamente no Antigo Testamento — deve ser suficiente para responder à questão da identidade do Ancião de Dias.
Porém, aqueles que querem justificar as imagens de Deus, o Pai, dizem: Mas olhe para a passagem de Daniel 7: 9-22, e você verá que o Ancião de Dias, apesar do princípio geral de interpretação mencionado acima, não é o Filho, o Logos, mas o Pai e, portanto, desde que o Pai Se tornou visível, podemos pintar sua imagem.
Eles dizem que esta pessoa, o Ancião de Dias, apareceu em sua glória, e então alguém como um Filho do Homem veio ao Ancião de Dias e recebeu um reino eterno. Uma vez que o título Filho do Homem é, obviamente, uma designação para Jesus, o Logos encarnado, que "se aproxima" do Ancião de Dias, obviamente há duas pessoas aqui: o Filho, o Logos, o Filho do Homem e o outro deve, portanto, ser o Pai. Eles dizem: “Não, você vê, a imagem de Deus, o Pai, como o Ancião de Dias, é bíblico, portanto, e ortodoxa.”
Devo admitir que isso parece bastante convincente, não é? É tão convincente que, durante vários séculos, as pessoas ortodoxas simplesmente aceitaram isso sem questionar. Mas vamos dar uma olhada em primeiro lugar em Daniel 7: 9-22. Qual é o contexto? Do que Daniel está falando? Qual é a sua visão? É bastante claro lendo cuidadosamente a passagem que temos uma visão do Julgamento Final, quando todos os bandidos, as bestas, serão destruídos e os Santos de Deus serão estabelecidos em paz. O versículo 9 começa: "até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou". Onde e em qual posto? Como juiz no Julgamento Final: "Até que veio o ancião de dias, e fez justiça aos santos do Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino". Agora, do ponto de vista ortodoxo — eu mesmo diria do ponto de vista do cristão em geral — quem é o juiz que julgará todas as pessoas no último julgamento? Não há dúvida de que é Cristo, o Filho, o Logos de Deus, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. “O Pai tem dado todo o julgamento ao Filho...” Então, desde o início, mesmo antes de o Filho do Homem aparecer, temos que identificar o juiz escatológico sentado em seu trono de julgamento como o Filho.
Mas então, o que fazemos com o Filho do Homem que se aproxima do Ancião de Dias para receber o Reino eterno? Não é óbvio que ele é uma pessoa diferente do Ancião de Dias? Bem, é tão óbvio assim? Não esqueçamos que estamos lidando com uma visão e um sonho, então estamos em um reino onde a lógica do nosso mundo desperto não se aplica. Em segundo lugar, estamos lidando com um sonho sobre um evento que ainda não aconteceu e um que acontecerá após a ressurreição de todos, eventos que até agora só podemos falar em linguagem simbólica e poética, uma linguagem que não está de acordo com as leis lógicas que governam nossa vida aqui e agora. Portanto, não é óbvio que estamos lidando com duas pessoas distintas aqui, um o Pai e o outro, o Filho. É completamente possível, de acordo com a lógica dos sonhos e das visões escatológicas, que duas figuras possam representar a mesma Pessoa, em diferentes aspectos de seu Ser, ou mesmo que uma figura possa representar duas ou mais pessoas, seguindo novamente a lógica dos símbolos e sonhos. Eu diria que, desde o início da passagem em Daniel, o Ancião de Dias é o juiz escatológico — e da perspectiva ortodoxa, que deve ser Cristo — e o Filho do Homem também pode ser visto como o Filho, Cristo. Temos aqui duas figuras que representam dois aspectos da mesma pessoa. O Ancião de Dias no seu trono de glória, julgando as bestas e o Filho do Homem na sua humildade encarnado, que recebe o Reino eterno. "Mas Padre", você pode dizer: "O Ancião de Dias, então, está dando o reino eterno para si mesmo". Bem, está tudo bem. A linguagem e as imagens são simplesmente aquelas que o profeta escolheu para expressar sua visão. Sabemos que há dois aspectos da Encarnação: o Senhor da glória e o humilde servo. Colocando-nos na mentalidade dos sonhos e visões, não devemos nos surpreender que duas figuras representem simbolicamente dois aspectos da mesma realidade, a mesma Pessoa.
Portanto, não é necessário interpretar a visão de Daniel como duas Pessoas distintas: o Pai e o Filho. É completamente consistente com nossos princípios teológicos e linguagem dos sonhos, para ver que dois aspectos da mesma pessoa são "dramaticamente" representados. Esta interpretação também evita uma flagrante violação da regra aceita que o Filho se revela no Antigo Testamento. Não há outra passagem no Antigo Testamento, na qual se diz, pelos ortodoxos, que o Pai se tornou visível. E sabemos também que nenhuma outra passagem bíblica é localizada por aqueles que querem ver o Ancião de Dias como o Pai para justificar as imagens diretas da Trindade.
Então, todas as imagens do Ancião de Dias são proibidas como contrárias à Sagrada Tradição? Não, de fato, mas devem ser claramente identificadas como o Filho, de modo que o princípio seja preservado que é o Filho que se revela no Antigo Testamento. Há muitos exemplos desse tipo de imagem na Tradição Ortodoxa: um homem velho com uma barba branca com uma auréola em volta da cabeça com uma cruz na auréola e as palavras gregas, HO ON, significando Aquele que É, Yahweh. Isto é o que o orador disse a Moisés, quando Moisés perguntou qual era seu nome: Yahweh em hebraico e HO ON em grego. "Eu sou aquele que Sou" ou algo assim. Por que é que há HO ON na auréola de quase todos os ícones de Cristo? Essas palavras nos dizem que a Igreja diz que este homem, Cristo, é também aquele que falou com Moisés e os outros profetas, incluindo Daniel. Agora, quando olhamos para a imagem que foi/será pintada na paróquia de Montreal, vemos que, de fato, há uma auréola com HO ON, mas não há cruz, o que é outra maneira para a Igreja dizer que esse homem, Jesus, realmente morreu em uma cruz. Então, há um bom ponto, HO ON, e um ponto ruim, não há cruz, para esta imagem em particular. Outra coisa, o triângulo na auréola. Esse símbolo não está enraizado na Tradição Sagrada, mas é um símbolo maçônico que também foi importado para a tradição ortodoxa, mas não tem lugar. Às vezes, você também vê o "olho que tudo vê" como em notas de dólar americano, mas isso não tem lugar na iconografia ortodoxa. Outro ponto contra esta imagem. Assim, a palavra que eu usaria para caracterizar esta imagem é ambígua e, como tal, deve ser refeita de modo a mostrar claramente o ensinamento da Igreja sobre quem é o Ancião de Dias. Se o triângulo fosse removido e uma cruz colocada em seu lugar e talvez mesmo IC XC posto em sua cabeça, isso eliminaria toda ambiguidade e seria muito bom. No entanto, não aceito que seja tão fiel à Sagrada Tradição.
Bem, Ângelo, aposto que você não esperava obter uma resposta tão longa para sua pergunta, mas você deve perceber que nossa iconografia não é apenas fotos bonitas na parede, como um museu, mas ícones, ícones canônicos, Expressar em linhas e cores, o ensino da Igreja. Portanto, devemos estar vigilantes para não apoiar ícones "heréticos" ou ambíguos que apenas confundam pessoas em vez de ensiná-las adequadamente. Agora vou ler o jornal. Tenha um bom dia.
Em Cristo,
Padre Stephen Bigham.
Tradução: Felipe Rotta
Nota do escritor: Há tempo atrás, um amigo me enviou uma imagem do Ancião de Dias que está sendo pintada em uma paróquia ortodoxa grega em Montréal, Quebec, Canadá. Ele queria saber o que eu pensava a respeito. A primeira imagem ainda não foi concluída e a segunda está concluída. Eu escrevi de volta os seguintes comentários.
Olá, Ângelo. Referência: Daniel 7: 9-22
As questões essenciais nesta passagem e a imagem do Ancião de Dias são estas: quem é o Ancião de Dias? E quem é o Filho do Homem que se aproxima dele para receber o reino? Esta passagem de Daniel historicamente foi usada para justificar teologicamente as imagens de Deus Pai, sozinhas ou em várias formas do que se chama Trindade do Novo Testamento — em oposição à Trindade do Antigo Testamento que é retratada na Hospitalidade de Abraão. A chamada Trindade do Novo Testamento tem várias formas, mas sempre mostra um homem velho com uma barba branca, um homem adulto ou um menino e uma pomba. De acordo com essa interpretação, o velho, o Ancião de Dias, é o Pai; o homem, o Filho; e a pomba, o Espírito Santo. Essas imagens e sua justificativa teológica tornaram-se tão comuns no mundo ortodoxo que ninguém, quase ninguém, as questiona. Mas eu, sendo impertinente, rebelde e — imagino — ortodoxo, espero-desejo levantar-se e desafiar a imagem e a explicação teológica como sendo contrárias à Sagrada Tradição.
Sabemos, a partir de estudos históricos e iconológicos, que tanto a imagem do Ancião de Dias como Deus Pai sozinho ou a chamada Trindade do Novo Testamento, e sua justificativa teológica baseada em Daniel não são da tradição da Igreja Ortodoxa. Somente em meados do final da Idade Média que a imagem e a sua justificação fazem sua aparição no mundo ortodoxo, e sua fonte é o Ocidente Católico Latino. Durante vários séculos, os pintores ocidentais haviam pintado várias formas da Trindade, que eventualmente foram justificadas por um apelo a Daniel e a sua visão do Ancião de Dias. Durante o período chamado Cativeiro Ocidental, quando os ortodoxos em todo o mundo engoliram quase tudo o que veio do Ocidente Latino como "melhor" do que as imagens e a teologia ortodoxa "antiquadas", essa imagem e sua justificativa fizeram grandes avanços na mentalidade ortodoxa. E isto a tal ponto, que as pessoas esqueceram o Santa Tradição real e genuína dos Padres. E o que é essa Tradição?
Resumidamente, é de que o Logos de Deus Pai, o Filho, que historicamente se encarnou em Jesus de Nazaré, é aquele, a Pessoa, que se revela de forma vaga e imperfeita, como através de um espelho, timidamente, no Antigo Testamento. Quem falou com Moisés no Monte Sinai? Quem falou com ele na sarça ardente? Quem é o criador sobre o qual Gênesis fala? Com quem Adão e Eva andaram e conversaram no Jardim do Éden? A quem os profetas viram e ouviram suas visões? A unanimidade da Sagrada Tradição da Igreja Ortodoxa diz que foi o Logos Divino, o Filho, a segunda Pessoa da Trindade, e não o Pai. O Filho revela o Pai e o Espírito tanto no Antigo Testamento de uma forma "obscurecida", como abertamente no Novo Testamento. "E ele nos ensinou como a Lei e os Profetas falaram sobre ele". Então, a questão é essa: quem os profetas, e particularmente Daniel, viram nas suas visões? A resposta geral dos Padres é que eles viram e ouviram o Filho e não o Pai. Portanto, este princípio geral da interpretação — o Filho revela-se sombriamente no Antigo Testamento — deve ser suficiente para responder à questão da identidade do Ancião de Dias.
Porém, aqueles que querem justificar as imagens de Deus, o Pai, dizem: Mas olhe para a passagem de Daniel 7: 9-22, e você verá que o Ancião de Dias, apesar do princípio geral de interpretação mencionado acima, não é o Filho, o Logos, mas o Pai e, portanto, desde que o Pai Se tornou visível, podemos pintar sua imagem.
Eles dizem que esta pessoa, o Ancião de Dias, apareceu em sua glória, e então alguém como um Filho do Homem veio ao Ancião de Dias e recebeu um reino eterno. Uma vez que o título Filho do Homem é, obviamente, uma designação para Jesus, o Logos encarnado, que "se aproxima" do Ancião de Dias, obviamente há duas pessoas aqui: o Filho, o Logos, o Filho do Homem e o outro deve, portanto, ser o Pai. Eles dizem: “Não, você vê, a imagem de Deus, o Pai, como o Ancião de Dias, é bíblico, portanto, e ortodoxa.”
Devo admitir que isso parece bastante convincente, não é? É tão convincente que, durante vários séculos, as pessoas ortodoxas simplesmente aceitaram isso sem questionar. Mas vamos dar uma olhada em primeiro lugar em Daniel 7: 9-22. Qual é o contexto? Do que Daniel está falando? Qual é a sua visão? É bastante claro lendo cuidadosamente a passagem que temos uma visão do Julgamento Final, quando todos os bandidos, as bestas, serão destruídos e os Santos de Deus serão estabelecidos em paz. O versículo 9 começa: "até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou". Onde e em qual posto? Como juiz no Julgamento Final: "Até que veio o ancião de dias, e fez justiça aos santos do Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino". Agora, do ponto de vista ortodoxo — eu mesmo diria do ponto de vista do cristão em geral — quem é o juiz que julgará todas as pessoas no último julgamento? Não há dúvida de que é Cristo, o Filho, o Logos de Deus, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. “O Pai tem dado todo o julgamento ao Filho...” Então, desde o início, mesmo antes de o Filho do Homem aparecer, temos que identificar o juiz escatológico sentado em seu trono de julgamento como o Filho.
Mas então, o que fazemos com o Filho do Homem que se aproxima do Ancião de Dias para receber o Reino eterno? Não é óbvio que ele é uma pessoa diferente do Ancião de Dias? Bem, é tão óbvio assim? Não esqueçamos que estamos lidando com uma visão e um sonho, então estamos em um reino onde a lógica do nosso mundo desperto não se aplica. Em segundo lugar, estamos lidando com um sonho sobre um evento que ainda não aconteceu e um que acontecerá após a ressurreição de todos, eventos que até agora só podemos falar em linguagem simbólica e poética, uma linguagem que não está de acordo com as leis lógicas que governam nossa vida aqui e agora. Portanto, não é óbvio que estamos lidando com duas pessoas distintas aqui, um o Pai e o outro, o Filho. É completamente possível, de acordo com a lógica dos sonhos e das visões escatológicas, que duas figuras possam representar a mesma Pessoa, em diferentes aspectos de seu Ser, ou mesmo que uma figura possa representar duas ou mais pessoas, seguindo novamente a lógica dos símbolos e sonhos. Eu diria que, desde o início da passagem em Daniel, o Ancião de Dias é o juiz escatológico — e da perspectiva ortodoxa, que deve ser Cristo — e o Filho do Homem também pode ser visto como o Filho, Cristo. Temos aqui duas figuras que representam dois aspectos da mesma pessoa. O Ancião de Dias no seu trono de glória, julgando as bestas e o Filho do Homem na sua humildade encarnado, que recebe o Reino eterno. "Mas Padre", você pode dizer: "O Ancião de Dias, então, está dando o reino eterno para si mesmo". Bem, está tudo bem. A linguagem e as imagens são simplesmente aquelas que o profeta escolheu para expressar sua visão. Sabemos que há dois aspectos da Encarnação: o Senhor da glória e o humilde servo. Colocando-nos na mentalidade dos sonhos e visões, não devemos nos surpreender que duas figuras representem simbolicamente dois aspectos da mesma realidade, a mesma Pessoa.
Portanto, não é necessário interpretar a visão de Daniel como duas Pessoas distintas: o Pai e o Filho. É completamente consistente com nossos princípios teológicos e linguagem dos sonhos, para ver que dois aspectos da mesma pessoa são "dramaticamente" representados. Esta interpretação também evita uma flagrante violação da regra aceita que o Filho se revela no Antigo Testamento. Não há outra passagem no Antigo Testamento, na qual se diz, pelos ortodoxos, que o Pai se tornou visível. E sabemos também que nenhuma outra passagem bíblica é localizada por aqueles que querem ver o Ancião de Dias como o Pai para justificar as imagens diretas da Trindade.
Então, todas as imagens do Ancião de Dias são proibidas como contrárias à Sagrada Tradição? Não, de fato, mas devem ser claramente identificadas como o Filho, de modo que o princípio seja preservado que é o Filho que se revela no Antigo Testamento. Há muitos exemplos desse tipo de imagem na Tradição Ortodoxa: um homem velho com uma barba branca com uma auréola em volta da cabeça com uma cruz na auréola e as palavras gregas, HO ON, significando Aquele que É, Yahweh. Isto é o que o orador disse a Moisés, quando Moisés perguntou qual era seu nome: Yahweh em hebraico e HO ON em grego. "Eu sou aquele que Sou" ou algo assim. Por que é que há HO ON na auréola de quase todos os ícones de Cristo? Essas palavras nos dizem que a Igreja diz que este homem, Cristo, é também aquele que falou com Moisés e os outros profetas, incluindo Daniel. Agora, quando olhamos para a imagem que foi/será pintada na paróquia de Montreal, vemos que, de fato, há uma auréola com HO ON, mas não há cruz, o que é outra maneira para a Igreja dizer que esse homem, Jesus, realmente morreu em uma cruz. Então, há um bom ponto, HO ON, e um ponto ruim, não há cruz, para esta imagem em particular. Outra coisa, o triângulo na auréola. Esse símbolo não está enraizado na Tradição Sagrada, mas é um símbolo maçônico que também foi importado para a tradição ortodoxa, mas não tem lugar. Às vezes, você também vê o "olho que tudo vê" como em notas de dólar americano, mas isso não tem lugar na iconografia ortodoxa. Outro ponto contra esta imagem. Assim, a palavra que eu usaria para caracterizar esta imagem é ambígua e, como tal, deve ser refeita de modo a mostrar claramente o ensinamento da Igreja sobre quem é o Ancião de Dias. Se o triângulo fosse removido e uma cruz colocada em seu lugar e talvez mesmo IC XC posto em sua cabeça, isso eliminaria toda ambiguidade e seria muito bom. No entanto, não aceito que seja tão fiel à Sagrada Tradição.
Bem, Ângelo, aposto que você não esperava obter uma resposta tão longa para sua pergunta, mas você deve perceber que nossa iconografia não é apenas fotos bonitas na parede, como um museu, mas ícones, ícones canônicos, Expressar em linhas e cores, o ensino da Igreja. Portanto, devemos estar vigilantes para não apoiar ícones "heréticos" ou ambíguos que apenas confundam pessoas em vez de ensiná-las adequadamente. Agora vou ler o jornal. Tenha um bom dia.
Em Cristo,
Padre Stephen Bigham.
Tradução: Felipe Rotta
quarta-feira, 2 de agosto de 2017
O Ícone Herético da Sagrada Família (John Sanidopoulos)
A principal razão pela qual a iconografia ortodoxa é mais do que fechada à inovação, é para impedir que os conceitos heréticos entrem na Igreja, uma vez que a heresia pode ser representada tanto em ícones como escrita em livros e proclamadas no púlpito. Uma dessas inovações na iconografia ortodoxa começou na América com a representação da "Sagrada Família", mostrando Cristo nos braços de São José e da Virgem Maria ou apenas nos braços de São José. Embora essas representações possam parecer inocentes, elas de fato exibem uma falta de atenção para assuntos essenciais da doutrina Ortodoxa.
Tais representações da "Sagrada Família" são baseadas nas inovações do Papado, que nos tempos modernos instituiu a Festa da Sagrada Família. Como observou um estudioso católico romano, ao contrastar a festa papal centrada na Sagrada Família com as festas cristãs da Antiguidade: "A Festa da Sagrada Família é um produto da nossa época moderna, na Iconografia Ortodoxa tradicional, o Cristo Menino é devidamente retratado, não só com São José, mas sim sozinho com Sua Mãe, enfatizando assim o dogma de que Ele é "um Filho sem pai, que foi gerado pelo Pai sem mãe antes dos tempos".
De fato, para proteger os fiéis de uma compreensão inadequada de seu papel paternal e de sua relação com a Theotokos, a iconografia ortodoxa tradicional minimiza a figura de São José (sem, evidentemente, denegrir sua pessoa), assim como os Padres da Igreja são lacônicos quando falam sobre ele. Por exemplo, no Ícone da Natividade de Cristo, como o Professor Constantine Cavarnos comenta: "Ele não é mostrado na parte central da composição, como a Theotokos e o Menino, mas afastado, num canto, para enfatizar o Relato bíblico e ensinamento da Igreja de que Cristo nasceu de uma Virgem". Leonid Ouspensky e Vladimir Lossky, em seu trabalho sobre a teoria iconográfica, fazem uma observação semelhante: "Outro detalhe enfatiza que na Natividade de Cristo, a ordem da natureza é vencida — este é José. Ele não faz parte do grupo central da Criança e da Sua Mãe, é o pai e está enfaticamente separado deste grupo". Da mesma forma, em ícones com temas semelhantes, como a Apresentação do Senhor ao Templo ou da Fuga Para o Egito, a iconografia ortodoxa não entende que São José possa ser a cabeça de algum tipo de "Sagrada Família"; antes, ele é visto como o guardião providencialmente ordenado da Theotokos e seu Divino Filho. Sua humilde aceitação e o cumprimento virtuoso desse papel são precisamente os pontos de foco em sua veneração pela Igreja Ortodoxa.
Santo Agostinho de Hipona ainda observa: "José poderia ser chamado de pai de Cristo, por ser, em certo sentido, o marido da mãe de Cristo, mas qualifica essa admissão insistindo em que, em sua relação conjugal, e por causa desta fidelidade conjugal (seu celibato mútuo), ambos são merecidamente chamados pais de Cristo (não só ela como Sua mãe, mas ele como Seu pai; sendo seu marido), ambos tendo sido tal em espírito e propósito, embora não em carne. Mas enquanto um era Seu pai somente em propósito, e Sua mãe também em carne, ambos eram, por tudo isso, apenas os pais de Sua humildade, não de Sua sublimidade; de Sua fraqueza, e não da Sua divindade. Assim, se os três devem ser retratados em iconografia juntos, eles devem ser representados cumprindo o seu propósito divino, mais do que como uma família de acordo com a carne."
Um grupo de pessoas que esta representação da "Sagrada Família" pode particularmente confundir são os convertidos do Evangelicalismo. Os evangélicos afirmam acreditar na Virgem Maria, o que significa que eles aceitam parcialmente esse dogma do Nascimento Virginal. Parte disso tem a ver com o fato de que os evangélicos consideram a domesticidade conjugal o ideal mais elevado da vida cristã, em aguda contradição com a Escritura e com o Pai que ensinam que o estado mais elevado da vida cristã é a virgindade, alcançando sua união com Deus. Através de notáveis hereges como os ebionitas Helvídio e Joviniano, os evangélicos mantêm à visão mais irreverente de que São José e a Virgem Maria se envolveram em relações físicas após o nascimento de Cristo, e por este meio geraram outros filhos. São João Damasceno chama aqueles que defendem esse ponto de vista de "inimigos de Maria". Assim, quando os evangélicos se convertem à Ortodoxia e vêem ícones como a "Sagrada Família", não deve surpreender que tal imagem os confunda e possa justificar a retenção de suas visões heréticas anteriores.
A perpétua virgindade da Theotokos é um pressuposto básico para realmente aceitar o dogma da Encarnação. Como escreve São Gregório Palamas: "Deus projetou para receber sua natureza de nós, hipostaticamente unindo-se com ela de uma maneira maravilhosa. Mas era impossível unir aquela Alta Natureza, cuja pureza é incompreensível para a razão humana, a uma natureza pecaminosa, antes dela, portanto, para a concepção e nascimento da Concessão de pureza, era necessário uma Virgem perfeitamente impecável e a mais pura". São Basílio, o Grande, chama de ícones "os livros dos analfabetos". Diz ele: "Que melhor prova temos de que as imagens são os livros dos analfabetos, os arautos sempre honrando os santo, ensinando aqueles que os contemplam sem palavras e santificando o espetáculo. Eu não tenho muitos livros ou tempo para estudar e ao entrar numa igreja, o refúgio comum das almas, com minha mente cansada de pensamentos conflitantes, vejo diante de mim um belo retrato e a visão me refresca e me induz a glorificar a Deus". Agora, se a pessoa analfabeta entra em uma Igreja Ortodoxa e vê e ícone da "Sagrada Família", como é que eles deveriam lê-lo corretamente sem uma interpretação árdua? Em vez disso, se uma imagem emite uma óbvia e imediata aparente falsidade ou heresia, então ela deve ser rejeitada para que não conduza ao inocente e simples extravio. Supõe-se que exista uma perfeita harmonia entre os dogmas escritos e as imagens que adornam nossas igrejas.
Na Igreja Ortodoxa, temos muitas famílias santas, como Joaquim e Ana com Theotokos, Zacarias e Isabel com João o Precursor, a família de Basílio o Grande, a família de Gregório Palamas, famílias que devemos celebrar e retratar em nossas igrejas, porque elas eram famílias de acordo com a carne. Por outro lado, a família de São José e da Virgem Maria com Cristo não eram uma família da carne, mas, como escreveu Santo Agostinho, uma família "de espírito e propósito", que foram reunidos por uma ordem divina para fazer Cristo realizar Sua obra de salvação para redimir a raça humana.
Tradução: Felipe Rotta
Tais representações da "Sagrada Família" são baseadas nas inovações do Papado, que nos tempos modernos instituiu a Festa da Sagrada Família. Como observou um estudioso católico romano, ao contrastar a festa papal centrada na Sagrada Família com as festas cristãs da Antiguidade: "A Festa da Sagrada Família é um produto da nossa época moderna, na Iconografia Ortodoxa tradicional, o Cristo Menino é devidamente retratado, não só com São José, mas sim sozinho com Sua Mãe, enfatizando assim o dogma de que Ele é "um Filho sem pai, que foi gerado pelo Pai sem mãe antes dos tempos".
De fato, para proteger os fiéis de uma compreensão inadequada de seu papel paternal e de sua relação com a Theotokos, a iconografia ortodoxa tradicional minimiza a figura de São José (sem, evidentemente, denegrir sua pessoa), assim como os Padres da Igreja são lacônicos quando falam sobre ele. Por exemplo, no Ícone da Natividade de Cristo, como o Professor Constantine Cavarnos comenta: "Ele não é mostrado na parte central da composição, como a Theotokos e o Menino, mas afastado, num canto, para enfatizar o Relato bíblico e ensinamento da Igreja de que Cristo nasceu de uma Virgem". Leonid Ouspensky e Vladimir Lossky, em seu trabalho sobre a teoria iconográfica, fazem uma observação semelhante: "Outro detalhe enfatiza que na Natividade de Cristo, a ordem da natureza é vencida — este é José. Ele não faz parte do grupo central da Criança e da Sua Mãe, é o pai e está enfaticamente separado deste grupo". Da mesma forma, em ícones com temas semelhantes, como a Apresentação do Senhor ao Templo ou da Fuga Para o Egito, a iconografia ortodoxa não entende que São José possa ser a cabeça de algum tipo de "Sagrada Família"; antes, ele é visto como o guardião providencialmente ordenado da Theotokos e seu Divino Filho. Sua humilde aceitação e o cumprimento virtuoso desse papel são precisamente os pontos de foco em sua veneração pela Igreja Ortodoxa.
Santo Agostinho de Hipona ainda observa: "José poderia ser chamado de pai de Cristo, por ser, em certo sentido, o marido da mãe de Cristo, mas qualifica essa admissão insistindo em que, em sua relação conjugal, e por causa desta fidelidade conjugal (seu celibato mútuo), ambos são merecidamente chamados pais de Cristo (não só ela como Sua mãe, mas ele como Seu pai; sendo seu marido), ambos tendo sido tal em espírito e propósito, embora não em carne. Mas enquanto um era Seu pai somente em propósito, e Sua mãe também em carne, ambos eram, por tudo isso, apenas os pais de Sua humildade, não de Sua sublimidade; de Sua fraqueza, e não da Sua divindade. Assim, se os três devem ser retratados em iconografia juntos, eles devem ser representados cumprindo o seu propósito divino, mais do que como uma família de acordo com a carne."
Um grupo de pessoas que esta representação da "Sagrada Família" pode particularmente confundir são os convertidos do Evangelicalismo. Os evangélicos afirmam acreditar na Virgem Maria, o que significa que eles aceitam parcialmente esse dogma do Nascimento Virginal. Parte disso tem a ver com o fato de que os evangélicos consideram a domesticidade conjugal o ideal mais elevado da vida cristã, em aguda contradição com a Escritura e com o Pai que ensinam que o estado mais elevado da vida cristã é a virgindade, alcançando sua união com Deus. Através de notáveis hereges como os ebionitas Helvídio e Joviniano, os evangélicos mantêm à visão mais irreverente de que São José e a Virgem Maria se envolveram em relações físicas após o nascimento de Cristo, e por este meio geraram outros filhos. São João Damasceno chama aqueles que defendem esse ponto de vista de "inimigos de Maria". Assim, quando os evangélicos se convertem à Ortodoxia e vêem ícones como a "Sagrada Família", não deve surpreender que tal imagem os confunda e possa justificar a retenção de suas visões heréticas anteriores.
A perpétua virgindade da Theotokos é um pressuposto básico para realmente aceitar o dogma da Encarnação. Como escreve São Gregório Palamas: "Deus projetou para receber sua natureza de nós, hipostaticamente unindo-se com ela de uma maneira maravilhosa. Mas era impossível unir aquela Alta Natureza, cuja pureza é incompreensível para a razão humana, a uma natureza pecaminosa, antes dela, portanto, para a concepção e nascimento da Concessão de pureza, era necessário uma Virgem perfeitamente impecável e a mais pura". São Basílio, o Grande, chama de ícones "os livros dos analfabetos". Diz ele: "Que melhor prova temos de que as imagens são os livros dos analfabetos, os arautos sempre honrando os santo, ensinando aqueles que os contemplam sem palavras e santificando o espetáculo. Eu não tenho muitos livros ou tempo para estudar e ao entrar numa igreja, o refúgio comum das almas, com minha mente cansada de pensamentos conflitantes, vejo diante de mim um belo retrato e a visão me refresca e me induz a glorificar a Deus". Agora, se a pessoa analfabeta entra em uma Igreja Ortodoxa e vê e ícone da "Sagrada Família", como é que eles deveriam lê-lo corretamente sem uma interpretação árdua? Em vez disso, se uma imagem emite uma óbvia e imediata aparente falsidade ou heresia, então ela deve ser rejeitada para que não conduza ao inocente e simples extravio. Supõe-se que exista uma perfeita harmonia entre os dogmas escritos e as imagens que adornam nossas igrejas.
Na Igreja Ortodoxa, temos muitas famílias santas, como Joaquim e Ana com Theotokos, Zacarias e Isabel com João o Precursor, a família de Basílio o Grande, a família de Gregório Palamas, famílias que devemos celebrar e retratar em nossas igrejas, porque elas eram famílias de acordo com a carne. Por outro lado, a família de São José e da Virgem Maria com Cristo não eram uma família da carne, mas, como escreveu Santo Agostinho, uma família "de espírito e propósito", que foram reunidos por uma ordem divina para fazer Cristo realizar Sua obra de salvação para redimir a raça humana.
Tradução: Felipe Rotta
Defenda a Fé Cristã, a Família e a Igreja (São Paisios)
Hoje, há muitos que se esforçam para corromper tudo: a família, a juventude, a Igreja. Em nossos dias, é um verdadeiro testemunho para falar às pessoas, pois o Estado está travando a guerra contra a lei divina. As leis são direcionadas contra a Lei de Deus.
Hoje eles estão tentando destruir a fé, e para que o edifício da fé caia, eles retiram silenciosamente uma pedra, depois outra. Mas todos somos responsáveis pela destruição; não apenas aqueles que destroem, mas nós que vemos como a fé está sendo minada e não fazemos qualquer esforço para fortalecê-la. Como resultado, os hedonistas são encorajados a criar dificuldades ainda maiores para nós, e sua raiva contra a Igreja e a vida monástica aumenta. A situação de hoje só pode ser resistida espiritualmente, não por meios mundanos. A tempestade continuará furiosa, lançará todos os destroços, tudo o que é desnecessário, para a praia, e, em seguida, a situação ficará mais clara. Alguns receberão sua recompensa, enquanto outros terão que pagar suas dívidas.
Somos responsáveis por não deixar que os inimigos da Igreja corrompam tudo. Embora eu tenha ouvido até mesmo os sacerdotes dizerem:
"Não se envolva nisso. Não é da sua conta!"
Se eles alcançassem tal condição não-esforçada através da oração, eu beijaria seus pés. Mas não! Eles são indiferentes porque querem agradar a todos e viver no conforto.
A indiferença é inaceitável mesmo para os leigos, e ainda mais para o clero. Um homem honesto e espiritual não faz nada com indiferença.
"Maldito o que faz com negligência o trabalho do Senhor!", nos diz o Profeta Jeremias (Jeremias 48:10).
Há uma guerra hoje, uma guerra santa. Eu devo estar na linha de frente. Há tantos marxistas, tantos maçons, tantos satanistas e outros mais! Tantos possuídos, anarquistas e hedonistas! Vejo o que nos espera e é doloroso para mim. O gosto amargo da dor humana está na minha boca.
Tradução: Felipe Rotta
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